segunda-feira, 21 de maio de 2012

Não se fazem mais gênios como antigamente?

Por que a esmagadora maioria das lendas artísticas da humanidade criou suas obras há séculos atrás?

Mozart (1756-1791), Beethoven (1770-1827), Chopin (1810-1849) ainda não foram superados, pelo menos como ícones de genialidade. Mas hoje mais pessoas estudam música erudita, há abundância de recursos econômicos e técnicos, além de uma teoria mais sólida e mais mestres virtuosos para ensinar.

Sheakespeare (1564-1616), Dostoiévski (1821-1881), Cervantes (1547-1616), Machado de Assis (1839-1908) ainda são considerados inigualáveis pela cultura contemporânea. E hoje há bilhões de indivíduos alfabetizados, com acesso a brutal conteúdo literário e facilidades tecnológicas para escrever.

Da Vinci (1452-1519), Michelangelo (1475-1564), Van Gogh (1853-1890) são os que têm as obras mais celebradas, mais invaloráveis. Mas nunca houve tantos pintores amadores, profissionais ou acadêmicos no mundo como hoje.


Algumas hipóteses:

  • hoje o estilo em voga é o pós modernismo. Os artistas atuais não produzem obras simples como antigamente, porque querem seguir o estilo da época em que estão vivendo. Por isso as novidades são ininteligíveis para os leigos
  • qualquer jovem que queira se ilustrar em arte começa pelos clássicos, para depois chegar aos contemporâneos. Mas existe um acervo tão grande que uma vida não é suficiente para se apreciar tudo o que foi feito há séculos atrás e ainda sobrar tempo para dedicar aos contemporâneos
  • os clássicos esgotaram todas as técnicas possíveis dentro de sua especialidade. O máximo que um artista atual consegue fazer são pequenas variações em cima dos pioneiros, ou obras disruptivas que não são digeridas facilmente
  • os artistas antigos foram os primeiros, e como conseguiram se estabelecer bem com suas numerosas obras primas, criaram uma barreira natural à entrada de novos competidores. Algo semelhante com o que uma grande empresa faz, ao dificultar o crescimento de pequenos concorrentes
  • o acervo artístico cresceu tanto que hoje é impossível conhecer e entender tudo, então todos ainda se apoiam nos clássicos para ser possível conversar sobre arte com o restante da humanidade
  • alguns artistas de hoje virarão gênios que superarão os clássicos daqui a 200 anos, quando sua genialidade for aceita e assimilada. A historia e cíclica
  • hoje a concorrência entre arte de qualidade é tão grande que a atenção da crítica e público ficam pulverizadas. Nenhum nome consegue se catapultar para o topo da história da humanidade
  • as obras de hoje são superiores em relação às do passado, mas é necessário profundo conhecimento e anos de estudo para reconhecer isto. Assim, a grande massa leiga jamais lhes dará o valor que merecem, e ficará restrita ao que sua capacidade permite abarcar

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